Aquele tipo

 Eu lembro de coisas e momentos, eu lembro da toxidade que você exalava.

Você é como os outros daquele tipo, e talvez inconscientemente eu goste desse tipo.

Lembro de como você era sexy
Era só você me olhar, eu já queria.
Olhar profundo e dissimulado
Cara séria de quem ta concentrado
Sorriso contagiante com covinhas
Cara de quem mente e mãos firmes
Sem medo, principalmente de ganhar território em mim
Frases simples de segundas intenções.
E claro, comunicativos e com dom da destruição e manipulação.
Sempre intensos, cada momento com sensação de ser o ultimo.
O poder me fazer desistir de qualquer compromisso pra me aventurar.

- "Estar com um cafajeste é ótimo, é gostoso, você se sente a rainha, mas ele é assim com todas, te troca por cerveja com os amigos num piscar de olhos, é por isso que não vale a pena!"

Já identificou um padrão como esse na sua vida?

Quanto coração e quantas vidas há?

Assistindo a ultima parte de La Casa de Papel, eu vi a personagem Tokio ponderar sobre o título desse post, e no making of vi que o ator e cantor Jaime Lorente (Denver) lançou a musica "Corazón".

Já fui muitas versões de mim.

Já me apaixonei muitas vezes, já se apaixonaram por mim, eu já quebrei corações.

Já mostrei muitas faces, tenho muitas personalidades.

Sou um alguém diferente pra cada pessoa que já conheci

Amor, amante, monstro, amiga, inimiga, heroína e vilã.

Mas hoje, eu tenho medo de quem eu posso ser comigo.

Eu tenho medo de ser sozinha, mas quero estar assim.

Morremos só uma vez, mas quantas vezes eu já morri e já me matei.

Eu tenho medo do mal que me faço todos os dias.

Sinto até falta do que me matava

Se a única constante da vida é a mudança, e de todas que já fiz e fiz parte, não foi capaz de me fazer acostumar, eu não sei mais o que poderia fazer.

Mas agora, mais do que nunca, eu tenho que mudar a mim mesma.

Mudar mente, corpo e espirito.

Eu preciso me ouvir, preciso cuida de mim

Eu mudei, quando eu cresci.

Se apagou em mim a criança que encantava, que amava a vida.

Cadê aquele olhar artístico?

Cadê os texto o intuitivos e tão íntimos?

Quantas vidas ainda posso ter?

~ Quem eu sou pra você?

Eu te quero

Essa é uma história velha, mas encontrei o rascunho de uma carta entregue uma única fez e nunca vista. Eu não lembro o resultado final, mas tinha ficado muito legal rs, fiquem com o rascunho!

Te quero

Com gosto de cerveja, pasta de dente ou café

Te quero 

Deitado na cama, numa rede ou no tapete

Te quero 

Assistindo filme, seriado ou qualquer vídeo que você escolheu

Te quero

Numa casa, na cozinha e no banho comigo

Te quero 

Com pizza, cabelo cortado e camiseta preta

Te quero 

De manha, de tarde, de noite, mas principalmente de madrugada.

Te quero

Com dinheiro ou sem, de braços abertos ou cara amarrada

Te quero 

Sorrindo, cantando, fazendo beatbox, calado ou falante

Te quero

De mãos dadas, grudadas, separadas, com roupa mas de preferencia sem

Te quero

De todo jeito, defeitos e chatices

Te quero

E isso basta.

A Parte

Sonhei com você e como sempre, a pior parte é acordar

É saber que você já não faz mais parte do meu mundo.

Eu fico revivendo sua partida e cada parte de mim chora.

Você me deixou à parte da sua vida, como um componente que deu defeito.

Você partiu e meu coração também se partiu

Quando era eu e você, sonhávamos em partilhar a vida para sempre.

Mas essa parte de você também morreu com seu amor por mim.

Quando você cantou a musica que diz:

"Será que eu sei que você é mesmo tudo aquilo que me faltava"

Eu achei que já fazia parte de você.

Você disse que fazia parte dos meus problemas e ia cuidar de mim

Quando você todo entorpecido disse que aquele era "você de verdade"

Eu quis fazer parte do seu mundo, mesmo com todas essas suas partes duvidosas.

Parte do que me parte é eu ainda sentir.

Mas eu preciso dar adeus para o todo, para todas essas partes.

O que mudou?

Distância que acostuma.

Distância de pessoas que costumava amar.

De lugares que costumava conhecer.

De abraços que costumava morar.

Sinto falta de tanta coisa, de sons e perfumes, curvas de sorrisos que costumavam nascer.

Nomes que costumava pronunciar.

Frases completas voando sob minha cabeça agora.

Fui arrancada de tudo que já chamei de lar.

Não tenho mais coragem de me enraizar.

Dói, a distancia de tudo.

Dói, como um rasgo no pulso.

Ninguém sente como eu, 

"Exageradamente",

Mas eu juro que não é de proposito.

Está tão frio e escuro por aqui, tudo está revirado.

Graças aos furacões que passaram por aqui, e eu inocente, não tive estrutura pra aguentar.

Tá tudo úmido por aqui e é difícil de limpar, porque não para de chover.

Tô me afogando aqui, e a saída está entupida de palavras que eu não pude dizer.

De "eu te amos" que não posso mais dizer.

De nós¹ e nós², de mim e outrem.

Sou só uma garota assustada e cansada de creditar no melhor das pessoas.

Cansada de lutar pra respirar.

Tão inundada de sentimentos e memórias, que quero desesperadamente me apegar.

Mas elas me puxam pra baixo.

Se eu sou forte?

Já nem sei responder à isso.

Mas eu costumava ser, e costumava ser feliz tbm.

Mas eu já deixei de ser muita coisa.

Eu deveria ser forte, como Ela³ me criou para ser.

Sinto falta dEla, me aconselhando.

Saudade da voz dEla doce e rouca, me ajudando a encarar o mundo.

Ela é minha mulher-maravilha.

Ela diria pra botar fogo na minha biografia até agora e reescrever minha história.

Investir em mim.

Glossário

Nós¹: Nó, entrelaçamento de um ou dois fios, linhas, cordões etc., cujas extremidades passam uma pela outra, apertando-se.

Nós²: pronominal pessoal da primeira pessoa do plural, indicando eu mais outra ou outras pessoas; funciona como sujeito

Ela³: Vovó Dirce